Após os olhares fulminantes que se lançaram mutuamente, os três irmãos se trancaram em seus quartos. Durante uma semana, choraram, gritaram, se lamentaram. No final, odiaram. Odiaram o assassino, odiaram os irmãos.

Ao término do sétimo dia, as três portas foram abertas ao mesmo tempo.
- Quem matou nosso tio? - gritaram em uníssono.
A resposta não foi ouvida. O silêncio caiu, ninguém se mexeu. Alguém precisava fazer alguma coisa. Jonnhy, o criador, logo formulou uma ideia:
- Vamos colocar essas vendas. Elas mostrarão o culpado.

Eles não tinham nada a perder com isso. Embora fosse uma ideia descabível, Jonnhy, Jyppi e Jack colocaram a venda ao mesmo tempo. Escuridão. Sozinhos.

Jonnhy correu, correu e correu. De repente, em suas costas, longas e brilhantes asas apareceram. Por uma corda, subiu ao céu. O nó estava apertado.

Jyppi correu, correu e correu. De repente, seus braços se transformaram em grandes e esplendorosas nadadeiras. Por uma corda, desceu ao mar. O nó estava apertado.

Jack ficou parado. Esperava. Então veio o silêncio, o mais profundo dos silêncios. O silêncio da morte. Seus irmãos já não estavam mais com ele. De repente, em sua cabeça, dois chifres apareceram. Chifres medonhos e assustadores. Por uma corda, Jack foi cada vez mais fundo se embrenhando na terra. Da terra foi feito, na terra foi eleito. Na terra, será perfeito.