Hoje é a grande estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2010. O país todo para, o comércio fecha, toda a população fica grudada na frente da televisão. É o ponto ápice do ano, um momento aguardado com muita ansiedade. Fanáticos por futebol estão vidrados, e até quem não é também está.

Sinceramente, não gosto nem um pouco de futebol. Desde criança não tenho nenhuma afinidade pelo esporte que é a paixão de quase todos os brasileiros. Cresci cercado pelos jogos, mas mesmo assim, sempre estive indiferente a eles. Com a Copa do mundo a coisa é um pouco diferente. Todos se mobilizando por um mesmo time é uma ação contagiante, e mesmo não gostando de futebol, quando era criança sempre gostei de acompanhar tudo. Mas agora, já crescido, me pergunto: por que é que a Copa mobiliza tanta gente?

Muitos podem me achar antipatriota, mas no momento não estou morrendo de amores pelo Brasil e não tenho nenhuma vontade de acompanhar os jogos. O que é que eu ganho exatamente com isso? Absolutamente nada. Acho essa mobilização o cúmulo da hipocrisia. Durante o ano todo, brasileiros reclamam do país sem parar. Reclamam da fome, do desemprego, da corrupção. O nome do país é jogado na sarjeta. Mas quando chega a Copa, bandeirinhas verde e amarelas são espalhadas por todos os lados, e os elogios ao país vão só aumentando. Todos se deliciam em gritar "BRASIL!" o tempo todo.

Ser patriota é torcer e acreditar no seu país durante todo o ano, e não apenas de quatro em quatro anos. É gritar "BRASIL!" não apenas durante um jogo, e se alegrar pelo lugar em que se está vivendo. Não sou contra a Copa, só penso que as pessoas deveriam se importar e acreditar mais no Brasil não apenas durante essa época, mas durante todo o ano. Escrevam o que eu digo: agora, com a Copa, o Brasil é o melhor país do mundo. Mas quando chegarem as eleições, aí é que a coisa vai ficar preta. O nome do país vai voltar para o lixo.