"Muita coisa mudou, mas nada aconteceu. Ou será o contrário? Muita coisa aconteceu, mas nada mudou."Frases que me chamam a atenção são constantes, e sempre gosto de guarda-las para alguma ocasião especial. Já frases que marcam meus pensamentos para nunca mais serem esquecidas, essas são as mais difíceis. A frase acima foi descoberta em alguma revista ou jornal anos atrás. Não lembro quem foi o autor da frase, nem muito menos o contexto em que ela foi escrita, mas me surpreende o quanto a frase continua fresca em minha memória, e a atualidade tremenda que ela possui por se aplicar a uma série de fatos em nossa vida cotidiana.
É engraçado quando paramos pra pensar na vida em um sentido mais amplo, como um livro aberto e fácil de ser visualizado. Percebemos uma série de mudanças no desenrolar dos anos (ou quem sabe, das páginas), mas sempre tendemos a achar que pouca coisa aconteceu. É aquela mania insistente que todos nós possuímos, de que se nossos grandes sonhos não são realizados, quer dizer que nada de fato aconteceu. Mas a vida é feita sobretudo e, principalmente, pelos pequenos detalhes e pelos ínfimos acontecimentos.
Mudar é difícil, muito difícil. Não digo mudar de casa, de emprego ou mudar a cor do cabelo. Digo mudar nosso jeito, nossa forma de agir, uma mudança que pode alterar nossa vida e o modo como as pessoas nos encaram. Enquanto a grande maioria está habituada a dizer que muita coisa mudou e nada aconteceu, o mais correto seria dizer que muita coisa aconteceu e pouco mudou. A maioria das pessoas não mudam, continuam as mesmas por uma infinidade de tempo, talvez esperando alguma ajuda para alcançar a mudança.
Hoje encontrei algo que escrevi em 2011, quando estava no último ano do ensino médio, sobre a primeira recuperação que tive na vida, em Matemática. Uma escrita rebuscada, de alguém que quer escrever e não consegue, e se contentava com meia página escrita. Já ficava feliz por saber que escrevia. Em minhas palavras:
"Sempre fui o CDF da sala, aquele de quem todo mundo cola e pega os cadernos emprestados. Sempre aceitei esse posto, pois realmente era o que eu era, mas nos últimos anos me cansei e tenho tentado fugir dele com todas as forças. E com essa recuperação, vejo que finalmente consegui."
"Sempre fui o CDF da sala, aquele de quem todo mundo cola e pega os cadernos emprestados. Sempre aceitei esse posto, pois realmente era o que eu era, mas nos últimos anos me cansei e tenho tentado fugir dele com todas as forças. E com essa recuperação, vejo que finalmente consegui."
Mateus de 16 anos, o Mateus de 20 anos afirma: seus pensamentos eram notáveis. Será que uma recuperação em Matemática poderia mudar alguma coisa? Recuperação era algo tão simplório, todos na sala sempre pegavam e nada mais era que um fato comum. Talvez algo tenha mudado, vai saber. Mas hoje eu me sinto o mesmo daquela época. Quem eu queria ser no passado, ou quem eu quero ser hoje? É algo que com certeza eu não sabia no ensino médio, e muito menos sei hoje em dia, já na faculdade.
Como o personagem Brick disse em The Middle, uma das minhas séries preferidas, em um episódio passado, existem dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que vivem o máximo da vida, e aquelas que leem sobre essas pessoas. Sempre me achei no segundo grupo, mas quem sabe não está em nossas mãos gerar uma mudança, e fazer com que algo aconteça? Mudanças e acontecimentos podem andar juntos, e não necessariamente separados.
Acho que a vida é muito complicada pra tentar ser entendida exatamente. Uma frase franca: sei pouco do que quero na vida. Estudo Jornalismo, comecei a fazer estágio na Band News de Belo Horizonte. Gosto de ler, de ver filmes e assistir séries. Fim. Fim? Busco sonhos, busco amigos, busco a felicidade. Busco escrever. Mas pouco sei a respeito de quem eu quero ser. Quero saber mudar, quero saber acontecer...
Marcadores: Crônica
Mateus,
ResponderExcluirLendo aqui seu post tanta coisa me passa pela cabeça.... Concordo quando diz que a vida é muito complicada para ser entendida e acho que a graça é essa. Já pensou chegar em um ponto de explicar a maravilha da vida? Depois viria o que? Penso eu hoje que sentir a vida e aprender com ela é melhor do que tentarmos rotular a nos mesmos ou tentar nos classificarmos. Sei que todos os dias eu mudo um pouquinho e mudam as coisas que eu quero, ou a forma de senti-las, mas esse mudar é tão passinhos de formiga, que muita gente nem percebe que mudou (para o lado bom ou para o lado ruim).Eu como você também quero mudar sempre. E acho que hoje poderia dizer que sei quem eu quero ser, mas isso também pode mudar amanhã não é mesmo? Hahaha... Viver é mudar, sempre! Um beijo.
Ps: Sempre gosto do que escreve!
Oi, Fê! Que bom ver você por aqui.
ExcluirConcordo com você! Viver é mudar, para melhor ou para pior. Mesmo que a gente não perceba as mudanças, elas acontecem. E a vida é desse jeito, sem explicação, quem somos nós pra entender? Na verdade, é até melhor ficar sem entender, haha. Viver é se surpreender.
Volte sempre! =]