Desde os primeiros instantes, "Quem é Você, Alasca?" já dava mostras de ser um livro singular. Para começo de conversa, sua capa não me agradou muito, ao contrário do que sempre acontece quando vejo um bom livro. O que me fez apaixonar por ele, na verdade, foi sua sinopse, tão insinuante e tão sugestiva, que para mim teve um gosto a mais do que sem dúvida teve para as outras pessoas que a leram. Assim que fui seduzido por ela, minha sorte estava traçada e percebi um grande detalhe: este seria o melhor livro de toda a minha vida. Pois nunca estive tão certo em relação a alguma coisa.

O livro narra a história e Miles Halter, um garoto de 16 anos sem amigos, com uma vida extremamente sem graça e que é apaixonado por últimas palavras de personagens famosos. Quando descobre as últimas palavras do poeta François Rabelais ("Saio em busca de um Grande Talvez"), decide ir atrás deste Grande Talvez e se muda para um colégio interno. No local irá descobrir a amizade, o amor e o desespero ao lado de seus amigos Alasca e General, e passará os melhores, os piores e os mais marcantes momentos de sua vida.

Não tenho vergonha de dizer que cheguei a derramar algumas lágrimas ao ler o livro. Acredito que isto é algo totalmente comum para quem o ler. Mas não chorei do livro, e sim, com o livro. Existem muitas diferenças entre as palavras 'do' e 'com', diferenças nas quais foram de extrema importância durante minha leitura. Não chorei pelas coisas que vi no livro, e sim, chorei relacionando as coisas do livro com o mundo. Chorei pelas injustiças, pelas tristezas e por toda a crueldade existente na vida. Chorei por tudo que foi e pelo que será, pelo que é e pelo que já era. Mas acima de tudo, chorei pelo que não foi e pelo que nunca será.

Não preciso dizer que "Quem é Você, Alasca?" se tornou o melhor e mais emocionante livro que li em toda a minha vida, pois minhas lágrimas já dizem tudo. O tempo pode passar, os anos podem me corroer, meus outros livros podem se desfazer. Mas meu exemplar de "Quem é Você, Alasca?" será guardado eternamente junto a meus tesouros mais preciosos, como algo raro e particular que tenho o desejo de esconder do resto do mundo.

Miles Halter é tudo aquilo que eu era, tudo aquilo que eu sou e tudo aquilo que eu quero ser. Um personagem nunca tocou tão profundamente em mim, e nenhum outro se assemelhou tanto a mim quanto ele. É claro que não sou tão solitário, mas seus pensamentos, suas ações, seu modo de ver o mundo, tudo é exatamente como eu sou. Com um personagem assim, o livro se tornou mais do que marcante. Se tornou eterno. Quanto a Alasca, não preciso dizer nada. Como Miles diz, "... se as pessoas fossem chuva, eu era a garoa e ela, o furacão." Pois deixemos que o furacão continue em seu turbilhão sem fim, pois sua força é tanta que nem é preciso tecer comentários. O único fato que tenho a dizer é que Alasca é a personagem mais fascinante de todos os livros que já li. Ao lado de Gordo e General, será lembrada para sempre.

John Green

Para finalizar o sentimentalismo barato, "Quem é Você, Alasca?" não é como os demais livros que lemos no dia a dia. É um livro para se emocionar, se divertir, se aventurar e até temer, mas sobretudo, um livro para filosofar, refletir e pensar sobre a vida. Uma visão singela daquilo que é o amor, a amizade e a vida, nas mãos de um dos maiores escritores que existem hoje em dia, John Green. Leia e se emocione como eu.